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Für Viele, ist es einer Mensch von denen sie noch nie gehört
haben. Denn wir sind auch Zuschauer and Beobachter. Und, als Zuschauer, sind
wir unglaublich freundlich, bescheiden und zuruckhaltend. Aber was ist einen
Zuschauer. Ich habe mich sogar mit der
kniffligen Frage beschaftigt, was bleibt
übrig von einen Zuschauer nach dem Spectakeln ?
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Tornar-se espectador! Ninguém pensa
mais nisso. Exercitar-se para isto? Ainda menos . Cada um se sente
imediatamente espectador. Mas de onde nos vem esta certeza? Existe uma natureza
do espectador?
Não existe. No máximo devemos compreender
que hábitos históricos fizeram com que isto virasse uma "natureza"
nossa da qual só podemos
conscientizarmos a partir do momento onde este espectador que nos tornamos ,
dedicados à contemplação é desafiado pelas realidades do mundo e da arte contemporâneos.
Por conseguinte, não nascemos
espectadores, nos tornamos. E este
tornar-se espectador é o resultado de uma formação de observar, de escutar, de
ler, e de formas de julgamento pelas próprias obras e pela confrontação com
outras pessoas.
A fim de apreender esta transformação
foi preciso elaborar um processo. Ele primeiro consistiu no exame de exercícios
a partir dos quais o espectador clássico nasceu. A pesquisa, limitada a um
numero restrito de pessoas- sejam escritores, diaristas, testemunhas,
testemunhos ou filósofos tendo consignado suas trajetórias - escolhemos estudar
os filósofos do século XVIII, momento onde, com o nascimento da estética, se
inventa e se codifica a função do espectador. Nos focamos então na elaboração
das características desta figura nas obras destes filósofos. A invenção e a
legitimação do filosofo em espectador- da obra de arte, do mundo, da natureza e
da historia- pertence ao contexto polêmico
da filosofia do Iluminismo.
Isto posto, se a retrospectiva histórica
a qual nos empenhamos , sobre a formação do conceito de espectador pelos filósofos
no século XVIII , nos indicou como esta figura apareceu historicamente, ela foi
requerida principalmente pela situação presente na qual cada um pode observar o
"final" desta figura clássica e o nascimento de um novo tipo de
espectador. Assim esta retrospecção
permitiu relativizar o peso do ponto de vista de alguns de um ideal do
"espectador" calcado sobre o modelo clássico e de afastar
perspectivas absolutamente otimistas quanto ao comportamento dos públicos
contemporâneos.
Alem disso tão logo a idade clássica fixou os
lineamentos da atividade fundadora do espectador que criticas foram feitas
contra as artes, que tentaram deslocar os exercícios e que o sentido do comum
que atribuímos foi submetido a separações de mais em mais numerosas. A arte
moderna seguida da arte contemporânea inventaram o publico ( o regardeu por Marcel Duchamp) e o
espectador ao invés do espectador. Mas as mídias e os Estados multiplicando as estetizações
da sociedade durante o século XX, inventaram também novos tipos de
espectadores: o espectador das mídias e o espectador do estádio, por exemplo. O
conflito alias, aumenta entre estes últimos e os intelectuais que os desdenham.
Desses conflitos, podemos aprender
uma lição essencial. Sem duvida, se ele algum dia existiu, o espectador não existe
mais sob uma forma clássica edificante. Convém então levar a sério as trajetórias
de espectadores múltiplos e heterogêneos. Nas artes , para não falar apenas
delas, o espectador o publico e o espectador não executam os mesmos exercícios.
E cada um de nos pode representar os três simultaneamente, no seio de nossas
atividades ou diversas visitas.
Alem do mais, estas dinâmicas e trajetórias
de espectadores podem conduzir a composições em arquipélagos. Esta figura do arquipélago
significa não somente que podemos e devemos levar a sério esta idéia de um
espectador mutável, múltiplo, polêmico, em resumo a idéia de espectador sem
compromisso com ele mesmo, significa também que devemos repensar o comum que
ligaria os espectadores. E se afastando
que o espectador acontece e pode fazer acontecer um outro comum. Exercendo suas
diferenças, os espectadores podem repensar suas ações na cidade sem ceder as delimitações
nas quais querem colocá-los.
Tendo isto em conta, o leitor pode
abordar esta obra de duas maneiras. Ou em uma leitura linear, ele vê então se
desenhar estes conflitos em questão; ou começando pela segunda parte, e
voltando em seguida à primeira para
entender a significação e vaidade das nostalgias mais freqüentes.
No seu tornar-se espectador cada um
de nos segue uma trajetória graças a qual ele revê constantemente seus gostos e
encontra a possibilidade de discutir com os outros.
Poderíamos resumir esta obra assim:
ao contrario do que afirmam vários comentaristas, não existe uma norma do
"bom" espectador em si . Para compreender a intrusão de uma norma no
olhar sobre os espectadores deve-se
confrontar nossa época à historia das figuras do espectador .
Nos deparamos então com a seguinte questão:
Como os filósofos do século XVIII construíram a atividade clássica do
espectador e como eles mesmos se exerceram nos exercícios que a concretizaram?
E o que nos primeiro abordamos.
Mas antes ha que se perguntar porque
esta configuração foi traduzida em um modelo que serve hoje em dia a julgar os
espectadores de mídias , do estádio e da sociedade. Certos intelectuais os
desprezam ou os acusam de degradar sem absolvição o ideal clássico. E portanto,
os novos espectadores não são nem passivos, nem ignorantes, nem incapazes de se
emancipar das normas do espetáculo .
Já é tempo de redesenhar uma arte do
espectador de nossos dias. A arte contemporânea nos ajuda quando propõe dar um novo lugar ao espectador na esfera
publica.
O lugar do espectador tornou-se
incerto e precario por causa das implicações da arte contemporânea e da
onipresença das industrias e da consumação culturais? Não existiria então um único
modelo e espectador, hoje em dia perdido, mantido somente por alguns nostálgicos.
Responder a estas questões só é possível se
esclarecermos primeiro quais são e de onde vem os modelos de espectador, muito
tempo dominantes, a partir dos quais julgamos o presente. E se nos perguntarmos
em que medida a arte contemporânea os obriga a se modificar.
Nos empreendemos este esclarecimento
desta obra que apresenta a trajetória de uma historia cultural e filosófica do
espectador do século XVIII aos nossos
dias. Depois de termos lembrado de como
se construiu o termo "espectador" -em referencia a raiz grega vinda
do verbo skopeo, observar de cima
olhar, examinar alguma coisa,
tornando-se no latim spectator ; ou do substantivo skopos, o que observa (relação ótica não passiva), mas sempre alguma coisa, e então o espetáculo
destes sentidos- a obra se atrela primeiro à questão de saber como e com que implicações
os filósofos europeus participaram à edificação da figura clássica do
espectador da obras culturais. Ela elabora de que maneira um certo numero de filósofos
idealizaram e legitimaram os modelos correspondentes à atitude desejada do
espectador face ao que eles decidiram nomear Arte.
Num segundo tempo, ela explora a
maneira de como outros filósofos desestruturaram esta figura, a partir das mutações
impostas pela arte da vanguardas. Ele elabora a figura do publico moderno.
E num terceiro tempo, a obra examina
a maneira pela qual podemos nos situar filosoficamente em relação a estas
figuras, clássica e moderna, do espectador, nos apoiando na arte contemporânea.
Esta historia cultural e filosófica
do espectador, no quadro europeu, nos ensina ao menos isto: ninguém é
espectador em si mesmo. Nos tornamos espectadores em relação às obras, e a nossa relação pode mudar.
Finalmente o que nos mostram os filósofos é que tornar-se espectador não pressupõe
nenhum dom do céu, nenhum dom da natureza, uma formação deve se efetuar. Porém vários
modelos de formação são possíveis e as diferentes formações podem colidir umas
com as outras criando uma comunidade estética diversa e conflitante e à uma
historia do sensível levada e transportada tanto pelos espectadores como pelas
obra de arte.
Os autores e os textos citados
nesses elementos, escolhidos afim de representar referencias- pontos de vista,
de contraste e de comparação, determinados para facilitar as trajetórias do
pensamento - numa historia a ser sempre repensada, fazem existir o espectador
sucessivamente como problema de nominação , objeto de educação, centro de uma
comunidade nivelada por julgamento, no de uma política ( cultural), suporte de
critica ou veiculo de diferença. Eles enfatizam que o espectador de Arte nasceu
dos deuses que retiraram do mundo sua presença, de um distanciamento com as
praticas religiosas, de um relativo afastamento da submissão do cortesão aos
aplausos reais, da produção de obras "desencantadas" e da edificação
de lugares públicos, os museus, os teatros, as salas de concerto..., que transformam
a Arte em coisa publica. Em uma palavra, o espectador de Arte nasce escapando
da obrigação de se referir às autoridades afim de expressar seu gosto, mas na obrigação de se fazer sujeito do gosto
e de um gosto compartilhado.
E pertinente afirmar que a arte clássica
moldou seu próprio espectador por uma arte e uma disciplina precisa do
tornar-se espectador. Esta arte esta ligada ao mesmo tempo à historia das
sociedades européias em geral , e mais especificamente à historia das artes
particulares; E numa aparelhagem considerável de estética (teoria e uso da
sensibilidade, definição de Arte, maneiras de fazer, configuração do corpo), de
praticas do julgamento (enunciados, troca de discursos), de referências à um
sentido comum e à uma universalidade da obra (a Arte ) que se forma o
espectador filosofo. O conjunto constitui o que nos primeiro chamamos
"momento espectador" constitutivo E da obra clássica (rapidamente
denominado "espetáculo") E do espectador/ espectadora.